Por que comemos mais na TPM?

Então, se você está se perguntando por que aquele sanduíche “imenso” de três camadas e os 2 chocolates da sobremesa que você teve para o almoço nem começaram a preencher o seu estomago, não se preocupe: essa fome “insaciável” é totalmente normal, e na verdade se resume ao nosso instinto primitivo. Durante a ovulação (cerca de 12 a 16 dias antes do seu período), seu corpo está se preparando para uma possível gravidez. E, por isso, ele quer ser abastecido e estar pronto no caso de uma gravidez ocorrer, então os hormônios estarão em alta durante esse momento – estrogênio e progesterona que desencadeiam uma resposta de fome, dizendo ao seu corpo para obter algum alimento. Além disso, a taxa metabólica basal do seu corpo acelera antes e durante o início do período para alimentar o processo de menstruação. Até 15% mais calorias são consumidas (cerca de 100 a 300 calorias por dia), o que também pode fazer você se sentir mais faminta. Comer alimentos com alto teor calórico é útil quando o seu cérebro está no modo de sobrevivência, porque, um alto teor de calorias, significa mais nutrientes. Essa “fome hormonal” atinge mensalmente um momento alto mesmo antes do seu período menstrual. E nem sempre se parece com desejos e vontades “típicos” – pode ser apenas um impulso constante de comer mais, que é a forma de seu corpo de obter nutrientes no caso de você estar grávida.

Na fase pré-menstrual do ciclo de uma mulher, no período entre o fim da da ovulação e logo antes da chegada da menstruação, o hipotálamo, uma importante região do cérebro, tende a reagir menos à insulina, hormônio regulador da glicose. Ou seja, neste curto intervalo de tempo do ciclo, a insulina, que é conhecida por inibir a ingestão de alimentos quando chega ao cérebro, não consegue ter a mesma influência no órgão e, como consequência, a mulher fica com vontade de comer petiscos entre as refeições. Além disso, as evidências podem explicar as grandes alterações de humor sofridas pelas mulheres nesse momento do ciclo, já que a ação do hormônio no cérebro também provoca uma influência nas emoções. Pode ser que o corpo da mulher tenha uma maior demanda pela insulina na primeira metade do ciclo menstrual por conta da principal função do hormono, que é controlar a glicose no sangue para produzir energia. No entanto, após a ovulação este mecanismo se torna desnecessário. Essas alterações no cérebro causadas no período pré-menstrual podem ser uma das explicações pelas quais as mulheres geralmente têm mais gordura corporal do que os homens. Ao longo dos anos, esses intervalos durante os meses podem contribuir para que se coma mais e a gordura seja armazenada no corpo.

Sentir aquela fome descontrolada na tensão pré-menstrual não é lenda. Neste período, a compulsão por comida realmente aumenta. Isso acontece porque o corpo perde ou deixa de produzir alguns nutrientes essenciais e, na ânsia de recuperá-los, sentimos mais fome. O apetite aumenta, principalmente por aqueles alimentos que contêm os nutrientes que estão em falta no organismo. Quando estamos perto de menstruar, passamos por diversas alterações hormonais. E uma delas é a queda da serotonina, o hormônio do bem-estar. Para produzi-la, o organismo precisa de uma substância chamada triptofano, que é encontrada em alimentos como o chocolate, a banana e o queijo. Além do triptofano, outros nutrientes escassos no período pré-menstrual são o magnésio, o cálcio e o ferro - que são encontrados nas carnes, no leite, em sementes e no ovo. É por isso que, na TPM, comer traz uma sensação reconfortante. De certa forma, estamos repondo aqueles nutrientes que nos fazem falta. E no caso da gula por doces e pelos demais alimentos ricos em carboidratos, temos uma recompensa maior, que é a produção do hormônio do bem-estar.

Durante a síndrome pré menstrual, a mulher tende a consumir mais calorias, principalmente as encontradas em carboidratos refinados – açúcar, doces, pães, massas e gordura -, além do consumo de bebida alcoólica. Isto ocorre porque estes alimentos, de certa forma trazem alivio aos sintomas emocionais. A mulher tende a consumir mais calorias durante a síndrome pré menstrual, principalmente carboidratos refinados, como açúcar, doces, pães, massas e gordura, além de bebida alcoólica. Isso acontece porque esses alimentos trazem alívio aos sintomas emocionais.

Quem nunca se desesperou por um chocolate no período que atire a primeira pedra. Foi comprovado que, nessa fase, há uma tendência a abusar nas calorias, em comparação a outras fases do ciclo. Um estudo publicado no periódico The Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism revelou que a ativação cerebral em resposta a sugestões alimentares varia nas diferentes fases da menstruação, prevendo escolhas mais calóricas. Os pesquisadores atribuíram esse fato aos hormônios sexuais, já que as regiões cerebrais envolvidas no equilíbrio e respostas hedônicas — que têm a ver com palatabilidade e prazer por recompensa — apresentam receptores sexuais como estrogênio e progesterona, influenciando, assim, no comportamento à mesa. Devido às alterações hormonais nessa fase, as pessoas se sentem, além de sensíveis, mais estressadas. A comida, então, acaba sendo uma ferramenta rápida e prática de buscar recompensas prazerosas imediatas. As pesquisas mostraram um aumento médio de 250 calorias na dieta, podendo ultrapassar até 500 calorias, diariamente.